domingo, 27 de dezembro de 2009

Receita de Ano Novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)


Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados,começando
pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um ano novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade

Feliz Ano Novo! Feliz 2010


Sinto imensa ansiedade em me comunicar.
Minha voz interna nunca se cala
e mesmo quando silencia,
Ainda assim quer falar...

sábado, 19 de dezembro de 2009

Biografia



Estou escrevendo minha história e me vejo atolada em virgulas,
exclamações, interrogações...
Sou por vezes pensamentos ilimitados,
emoções e reações contidas.
Vivo a espera de algo que assim que surge sinto que não mereço
ou que o tempo certo já se foi.
E a vida passa...
E os momentos acumulados pouco a pouco
como papéis esquecidos numa gaveta
perdem seu "prazo de validade".
Nada arrisco.
Vou apenas adiando alguns capítulos por tempo indeterminado
ou até que a vida se encarregue de decidir por mim de me ACORDAR!
Hoje me pus a refletir e decidi ignorar as coisas mornas,
as coisas definidas como mais ou menos...
Tudo perca de tempo.
Viver tem que ser revolucionário.
O que não me faz mover um músculo, estremecer, suar, sorrir,
lembrar, chorar, amar, não merece fazer parte da minha biografia.
Meus sentidos despertaram e procurei dar a continuidade
que toda biografia exige: começo(amo os começos),
meio (aqui é que a história acontece) e fim
(antes do fim ainda existem muitos recomeços
ou viro a página ou parto pr'o começo)...
Então, percebo o quanto poderia ter evitado. E o quanto perdi...
Sou assim:
Eu me surpreendo com a vida
e me sinto fragilizada diante da doença e da morte.
Gosto de dias de sol, pois assim não tenho que lidar com o frio,
ventanias ou tempestades...
Gosto de café sem açucar, é muito mais saboroso...
Gosto do entardecer e do amanhecer...
pelo quadro lindo que se forma no céu.
Passam dias, meses e anos
e eu ainda me espanto com a falta de amor
e ainda não consegui desvendar porque é tão difícil gostar
e se deixar gostar...
Sei o quanto é difícil recomeçar por isso não esqueço
que a cada dia as coisas se renovam, e tudo pode ser diferente...
Gosto de música, cinema, poesia.
Chorei lendo "Um Ano Inesquecível", de Nicholas Sparks.
Amei assistir "A Vida é Bela, de Roberto Benigni;
If only (Antes que termine o dia), de Gil Junger...
Sou meio antiquada e meio moderna quando se trata de família.
Ver que algumas fases da minha vida escorreram
'como areia em minhas mãos', ainda me incomoda.
Trabalho com os meus amigos
e gosto de cada um de um modo diferente,
pois cada um tem a sua identidade o que o torna especial pra mim.
Tenho a facilidade para sonhar de olhos abertos
Gosto de fantasiar dias perfeitos,
"é bem simplesinho"
mesmo sabendo que muitos destes dias serão sempre uma fantasia
um sonho bom, mas impossível...
aproveito as emoções que eles trazem
e que me fazem feliz por nada ou quase tudo.
Eu sou alguém que quando a noite encosta a porta
e o sol desperta a cidade ainda tenho mais perguntas que respostas...
{Elizabeth Nogueira}

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Deixa-me amar-te


Desde o dia em que descobri...
Que tinhas entrado em meu coração...
Sem pedir...
Sem ao menos bater a porta...
Quantas vezes gritei a mim mesma...
Que não, que estava tudo errado...
Quantas vezes voltei a pensar...
Em outro alguém só para te tirar do pensamento...
Mas era em vão e me pegava a chorar...
Quantas vezes te neguei a mim...
E quantas vezes te disse meu anjo...
Querendo dizer meu amor...
Quantas mensagens te escrevi...
Sabendo que não ia lê-las...
Quis tanto que soubesse que:
Tinha uma paixão queimando meu coração...
Sabe quis ter coragem, mas o medo vencia...
Hoje não sei se vou sofrer, chorar...
Entristecer...
Ou se me farás feliz...
Sei que estou leve...
Hoje estou feliz...
Deixa-me ser seu amor?
Deixa-me amar-te?
Deixa?

Autora: Eliani Maximiano

DEIXA-ME AMAR TE?