sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo



Versão em português para a música "Heal the World", de Michael Jackson. "A paz", por Roupa Nova. Assista esse vídeo , e depois, reflita sobre o que você está fazendo para mudar o mundo? Faça a sua parte. Faça a diferença!!!

A Paz
Roupa Nova
Composição: Michael Jackson Versão: Nando

É preciso pensar um pouco
Nas pessoas que ainda vêm
Nas crianças
A gente tem que arrumar um jeito
De achar pra eles um lugar melhor.
Para os nossos filhos
E para os filhos de nossos filhos
Pense bem!

Deve haver um lugar dentro do seu coração
Onde a paz brilhe mais que uma lembrança
Sem a luz que ela traz ja nem se consegue mais
Encontrar o caminho da esperança

Sinta, chega o tempo de enxugar o pranto dos homens
Se fazendo irmão e estendendo a mão

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Se você for capaz de soltar a sua voz
Pelo ar, como prece de criança
Deve então começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança

Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Quanta dor e sofrimento em volta a gente ainda tem,
Pra manter a fé e o sonho dos que ainda vêm.
A lição pro futuro vem da alma e do coração,
Pra buscar a paz, não olhar pra trás, com amor.

Se você começar outros vão te acompanhar
E cantar com harmonia e esperança.

Deixe, que esse canto lave o pranto do mundo
Pra trazer perdão e dividir o pão.

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Só o amor, muda o que já se fez
E a força da paz junta todos outra vez
Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Venha, já é hora de acender a chama da vida
E fazer a terra inteira feliz

Inteira feliz ...


BOAS FESTAS!
FELIZ ANO NOVO!!
ESTEJA SENPRE
DE BEM COM A VIDA
NESTE 2011!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sem Você


Sem Você...
O Dia perde a cor
O Sol não brilha
O Vento não passa

Sem Você...
Tudo é silêncio
Nada faz sentido
Nada tem valor

Sem Você...
O dia atrasa
As horas param
Os minutos desfilam

Sem Você...
Prefiro nem pensar
Nem falar, nem sorrir

Sem você
Sem te ver
Sem te ter
Sinto um aperto
Sinto uma dor...

Sem Você?!
Nada feito
Faço birra
Calo ou grito
Mas, sem você?!
Não fico

Elizabeth Nogueira

domingo, 19 de dezembro de 2010

Saudade é a Memória do Coração


"A casa da saudade chama-se memória:
é uma cabana pequenina a um canto do coração".
Henrique Maximiliano Coelho Neto
Romancista e contista brasileiro
1864/ 1934

De onde veio realmente o vocábulo saudade? Do latim solitate (soledade, solidão)?

Dispomos, na Língua Portuguesa, de uma palavra que não tem igual no mundo em sentido, em significado, em força, tanto no aspecto denotativo (se isso é possível!) como no conotativo.

É a palavra saudade, de origem tão obscura como o fundo dos mares portugueses, tão misteriosa como a virgindade das selvas brasileiras, ou tão cheia de calor como as terras de Angola ou Moçambique, também de linguajar lusitano.

Do árabe saudah? Dos arcaísmos soydade, suydade? Até Antenor Nascentes, que foi nosso melhor estudioso da etimologia, não é convincente na explicação da origem. Influência da palavra saúde, como pode parecer uma analogia fonética? Dificilmente.

Não sendo possível definir a matriz de onde sai esta filha tão grata a todos nós, resta-nos apenas a satisfação e a honra de tê-la em nosso vocabulário, sem o perigo de competição por parte de qualquer língua de dentro ou de fora de nossa família latina.

O francês solitude está longe de ter o mesmo significado. Mesmo do esperanto (re)sopiro e rememoro estão longe de alcançar nossa expressividade. São termos que passam a quilômetros de distância da riqueza semântica do que usamos.

E o que é mesmo saudade? Um sentimento que deve existir no coração de toda criatura humana, seja ela de qualquer raça, de qualquer parte do mundo, seja pobre, seja rica.

A saudade não escolhe, não discrimina, não se faz de rogada para existir. Ela vem de mansinho ou vem fortemente, chegando quando menos se espera.

A saudade é amiga da solidão, companheira inseparável do amor, visita invisível da amizade, às vezes pedaço de paixão, em muitos casos suave perfume de momentos de carinho e ternura.

Realmente, não é fácil definir o sentimento da saudade. E é talvez por isso que ela só exista, como palavra, na Língua Portuguesa, na mística do povo de nossa raça, principalmente no brasileiro, esta maravilhosa mistura de sangue tropical, fruto de três origens: a branca, a negra e a tupi.

Saudade é dor que sufoca o coração e alegra a alma. Saudade é presença do ausente, é lembrança do bem-querer, um doce convívio com a distância, uma alegre e agradável tristeza do ver-não-vendo, do amar sem o objeto do amor...

♫╣Eu Espero

by Luiza Possi
Composição: Luiza Possi e Dudu Falcão


Vai sim, vai ser sempre assim
A sua falta vai me incomodar,
E quando eu não agüentar mais
Vou chorar baixinho, pra ninguém ouvir.
Vai sim, vai ser sempre assim,
Um pra cada lado, como você quis
E eu vou me acostumar,
Quem sabe até gostar de mim.
Mesmo que eu tenha que mudar
Móveis e lembranças do lugar,
O meu olhar ainda vê o seu
Me devorando bem devagar.
Vem, que eu ainda quero, vem.
Quando menos espero a saudade vem
E me dá essa vontade, vem
Que eu ainda sinto frio
Sem você é tudo tão vazio
Vem me dar essa vontade,
Vem que esse amor ainda é meu.
Troco todos os meus planos por um beijo seu
E essa noite pode terminar bem.

"A saudade é a memória do coração". (Henrique Maximiliano Coelho Neto)

FONTE
PORTAL

domingo, 12 de dezembro de 2010

Centenário de Nascimento de Noel Rosa



O Senado comemora na sessão plenária da próxima quinta-feira (16), às 14h, o centenário de nascimento de Noel Rosa, cantor, compositor, bandolinista, violonista e um dos maiores e mais importantes artistas da música no país. O requerimento solicitando a homenagem é de autoria do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) ......

Coube a Noel Rosa na década de 1930 consolidar a canção através de obras de alta qualidade musical que antecipavam a “infindável riqueza de soluções harmônicas e de giros melódicos insuspeitos que iria caracterizar a canção da música popular brasileira” (Celso L. Chaves).

A este talento melódico, somou-se a irreverência do espírito carioca, o registro dos costumes urbanos e um olhar atento sobre o cotidiano. Apesar de ter vivido apenas vinte e sete anos, Noel Rosa deixou um grande número de belas canções. Mesmo que seja impossível, na prática, dissociar letra e melodia, é notável a capacidade de observação da vida evidenciada em suas canções:

Com que Roupa?



Agora eu vou mudar minha conduta / Eu vou pra luta / Pois eu quero me aprumar./ Vou tratar você com força bruta, / Pra poder me reabilitar. / Pois esta vida não está sopa / E eu pergunto: com que roupa, / Com que roupa eu vou / Ao samba que você me convidou

Último desejo: Nosso amor que eu não esqueço, / E que teve seu começo / Numa festa de São João, / Morre hoje sem foguete, / Sem retrato e sem bilhete / Sem luar... sem violão. / Perto de você me calo, / Tudo penso e nada falo... / Tenho medo de chorar. / Nunca mais quero o seu beijo, / Pois meu último desejo / Você não pode negar.

FONTE:
DIARIO DA MÚSICA

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Não Posso Aceitar Sossegada Qualquer Sacanagem Ser Coisa Normal

                          Quadro - Bola De Gude - Óleo Sobre Tela - A.Amorim


Passeando pelo Blog da Lídia vi que ela fez referência a "Bola de Meia, Bola de Gude", uma música que gosto muito. Concordo com ela sobre a mensagem que mais se destaca na letra da música e acrescento a letra toda é uma lição de vida, pois fala sobre atitudes e comportamentos que aprendemos na infância e que nos acompanham pela vida toda.

ATITUDE
Do latim aptitudinem atitude, através do italiano attitudine significa uma maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões, outros seres humanos, ou, mais especificamente, a acontecimentos ocorridos em nosso meio circundante. As atitudes - disposições favoráveis ou desfavoráveis relativas a objetos, pessoas e acontecimentos, em relação as suas caracteristicas - são compostas por crenças, sentimentos e tendências de ação.

COMPORTAMENTO
Comportamento significa maneira de proceder; conduta; conduzir-se adequadamente ou reação em relação a seu ambiente ou situação.

MENSAGEM DA MÚSICA

A música "Bola de Meia, Bola de Gude" permite várias interpretações. Desde o assobio, o ritmo cada palavra foi colocada ali carregada de significâncias. Na frase: "Há um menino Há um moleque Morando sempre no meu coração Toda vez que o adulto balança Ele vem pra me dar a mão... Pois não posso Não devo Não quero Viver como toda essa gente Insiste em viver". Quantas vezes nos sentimos "balançados", fragilizados mesmo?! Então, um feedback de coisas bonitas nos "dá a mão". E temos condições de continuar, certos que aconteça o que acontecer a amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria e amor... nunca deixarão de existir.

Abaixo posto o que a Lídia escreveu...

O assobio e o ritmo encantam. A letra toda de ''Bola de Meia, Bola de Gude'' é pura poesia. Mas o que mais se destaca é esta mensagem: ''Pois não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal''. Nenhuma surpresa, já que essa preciosidade saiu das cabeças iluminadas de Milton Nascimento e Fernando Brant.



FONTE:
lidiamariademelo

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Fala Sério!!! =)


A cantada, na maioria das vezes, nem é assim tão boa para realmente nos convencer de algo que a gente não queira fazer. Todo mundo percebe quando existe segundas intenções num olhar o que dizer então de uma conversa, um toque.

A expectativa de se viver um grande amor nos deixa propensos a aceitar seja lá qual for o papo. A cantada faz parte apenas da apresentação, facilita a aproximação... ou você vai me dizer que você não sabia se ia querer ou não antes mesmo dele ou dela ter dito qualquer coisa??!!

Apaixonar, gostar, amar é um sentimento não é uma ciência exata e por isso não existe fórmulas ou um manual para que o relacionamento dê certo ou não. Quando os dois querem é perfeito, mas se apenas um quer a coisa desanda...

Na origem de um relacionamento nasce a tal da técnica. Sempre tem aquele que "posa" de bom moço; aquela que se faz de difícil; aquele que diz estar infeliz no relacionamento... e estes sempre deixam alguem no "banco de reservas" enquanto usam as mesmas "manjadas" cantadas com outras pessoas; e por aí vai... falam e fazem qualquer coisa que dê certo. Fora estes também existem aqueles que se apaixonam de verdade e estes tem o dom de traduzir sonhos...

Nesta linha, surge o filme: "Esposa de Mentirinha"... e já começa dizendo: "TODO CARA TEM UMA TÉCNICA",  a do Danny era fingir ser casado...

Assista o trailer

ESPOSA DE MENTIRINHA | Trailer Legendado
2011 nos cinemas


'Esposa de Mentirinha'

Adam Sandler vive um cirurgião plástico que finge ser casado para paquerar. Danny, um espertão que se finge de casado para atrair solteiras, mas ele se apaixona por uma mulher mais jovem (Brooklyn Decker), e ela decide conhecer a tal esposa. Então, ele pede para que sua assistente, Katherine (Jennifer Aniston), finja ser sua esposa, da qual estaria se divorciando. Após mais mentiras, os filhos da sua assistente também acabam envolvidos na confusão, e todo o grupo parte para um fim de semana no Havaí que mudará as vidas de todos eles.

A estréia no Brasil acontece em 15 de abril de 2011.

Dirigido por Dennis Dugan, diretor de 'Gente Grande' e 'Zohan - O Agente Bom de Corte'.

**** e depois de rir bastante com "Esposa de Mentirinha" eu sugiro que você continue se divertindo assistindo: "Comer, Rezar e Amar" e "Caçador de Recompensa".

COMER, REZAR E AMAR


Baseado no best-seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert, Comer, Rezar, Amar. Quando completou 30 anos, Elizabeth Gilbert tinha tudo que uma mulher americana moderna, bem-educada e ambiciosa deveria querer um marido, uma casa de campo, uma carreira de sucesso. Mas não se sentia feliz: acabou pedindo divórcio e caindo em depressão.

"Comer, Rezar, Amar" é o relato da autora sobre o ano que passou viajando ao redor do mundo em busca de sua recuperação pessoal. Comer, rezar, amar” chega às tela com a expectativa de transpor para o cinema o sucesso do livro homônimo. Para isso, foram escalados a atriz Julia Roberts, no papel da autora Elizabeth Gilbert, e Javier Bardem, para o seu par romântico, o brasileiro Felipe.

A história autobiográfica fala sobre Liz que, apesar do sucesso profissional e pessoal, sente-se vazia. Para se preencher, a escritora decide reencontrar os seus prazeres perdidos, como o gosto pela boa comida. Ou o conforto de uma religião, principalmente uma exótica para os ocidentais. Por isso, ela escolhe visitar a Itália e Índia, respectivamente. A Indonésia é escolhida para que Liz possa se reencontrar com um guru, que tinha previsto que ela voltaria. Mas lá ela encontra o terceiro caminho desse tripé, ao conhecer Felipe. Javier Bardem até se arrisca em algumas palavras e expressões em português, como “falsa magra”, mas sempre escorrega no sotaque.

Além dessa história de redescoberta, o filme se baseia também em boas histórias laterais que enriquecem o caminho de Liz – e alongam o filme, talvez um pouco além da conta. Na Itália, ela conhece um grupo que a adota, levando-a para restaurantes e até para casas de campo, onde passam o feriado de Ação de Graças. É na Itália que ela começa a aprender a relaxar e a alegria de não fazer nada – o famoso dolce far niente.

[...] Mas o maior mérito do longa é não ser direcionado apenas para as mulheres, ou melhor, para esse tipo de mulher que, após conseguir a independência, voltou-se para a casa e, mesmo assim, não consegue encontrar a felicidade. Ele mostra que esse comportamento, essa busca por algo exterior – trabalho, casamento, filhos, etc. – é inócua. “Comer, rezar, amar” é um filme amplo, leve, que vai fazer a alegria delas e, até mesmo, deles.


CAÇADOR DE RECOMPENSA - Legendado


Milo Boyd (Gerard Butler), um azarado caçador de recompensas recebe o emprego dos seus sonhos quando é designado a capturar sua fugitiva ex-mulher, a reporter Nicole Hurly (Jennifer Aniston). Ele acredita que o trabalho será dinheiro fácil, mas quando Nicole escapa para seguir a pista de um assassinato encoberto, Milo se dá conta de que nada é fácil entre ele e Nicole. Eles vivem passando a perna um no outro - até que se encontram numa fuga por suas vidas. Se eles achavam que a promessa de amar, honrar e respeitar era difícil - ficar vivos será ainda mais difícil. Do diretor Andy Tennant de Hitch - O Conselheiro Amoroso e Doce Lar.

***A poesia de Drumonnd "Aos Namorados do Brasil" fala sobre a misteriosa arte de namorar...

AOS NAMORADOS DO BRASIL


Aos Namorados do Brasil
Composição: Carlos Drummond de Andrade

Dai-me, Senhor, assistência técnica

para eu falar aos namorados do Brasil.

Será que namorado algum escuta alguém?

Adianta falar a namorados?

E será que tenho coisas a dizer-lhes

que eles não saibam, eles que transformam

a sabedoria universal em divino esquecimento?

Adianta-lhes, Senhor, saber alguma coisa,

quando perdem os olhos para toda paisagem,

perdem os ouvidos para toda melodia

e só vêem, só escutam melodia

e paisagem de sua própria fabricação?

Cegos, surdos, mudos - felizes!

- são os namorados enquanto namorados.

Antes, depois são gente como a gente,

no pedestre dia-a-dia.

Mas quem foi namorado sabe

que outra vez voltará à sublime invalidez

que é signo de perfeição interior.

Namorado é o ser fora do tempo, fora de obrigação e CPF,

ISS, IFP, PASEP,INPS.

Os códigos, desarmados, retrocedem de sua porta,

as multas envergonham-se de alvejá-lo,

as guerras, os tratados internacionais

encolhem o rabo diante dele, em volta dele.

O tempo, afiando sem pausa a sua foice,

espera que o namorado desnamore para sempre.

Mas nascem todo dia namorados novos,

renovados, inovantes,

e ninguém ganha ou perde essa batalha.

Pois namorar é destino dos humanos,

destino que regula nossa dor,

nossa doação, nosso inferno gozoso.

E quem vive, atenção:

cumpra sua obrigação de namorar,

sob pena de viver apenas na aparência.

De ser o seu cadáver itinerante.

De não ser. De estar, e nem estar.

O problema, Senhor, é como aprender,

como exercer a arte de namorar,

que audiovisual nenhum ensina,

e vai além de toda universidade.

Quem aprendeu não ensina.

Quem ensina não sabe.

E o namorado só aprende,

sem sentir que aprendeu,

por obra e graça de sua namorada.

A mulher antes e depois da Bíblia

é pois enciclopédia natural

ciência infusa, inconciente, infensa a testes,

fulgurante no simples manifestar-se,

chegado o momento.

Há que aprender com as mulheres

as finezas finíssimas do namoro.

O homem nasce ignorante, vive ignorante,

às vezes morre três vezes ignorante de seu coração

e da maneira de usá-lo.

Só a mulher (como explicar?) entende certas coisas

que não são para entender.

São para aspirar como essência, ou nem assim.

Elas aspiram o segredo do mundo.

Há homens que se cansam depressa de namorar,

outros que são infiéis à namorada.

Pobre de quem não aprendeu direito,

ai de quem nunca estará maduro para aprender,

triste de quem não merecia, não merece namorar.

Pois namorar não é só juntar duas atrações

no velho estilo ou no moderno estilo,

com arrepios, murmúrios, silêncios,

caminhadas, jantares, gravações,

fins-de-semana, o carro à toda ou a 80,

lancha, piscina, dia-dos-namorados,

foto colorida, filme adoidado,

rápido motel onde os espelhos

não guardam beijo e alma de ninguém.


Namorar é o sentido absoluto

que se esconde no gesto muito simples,

não intencional, nunca previsto,

e dá ao gesto a cor do amanhecer,

para ficar durando, perdurando,

som de cristal na concha ou no infinito.


Namorar é além do beijo e da sintaxe,

não depende de estado ou condição.

Ser duplicado, ser complexo,

que em si mesmo se mira e se desdobra,

o namorado, a namorada

não são aquelas mesmas criaturas que cruzamos na rua.

São outras, são estrelas remotíssimas,

fora de qualquer sistema ou situação.

A limitação terrestre, que os persegue, tenta cobrar (inveja)

o terrível imposto de passagem:

"Depressa! Corre! Vai acabar! Vai fenecer!

Vai corromper-se tudo em flor esmigalhada

na sola dos sapatos..."

Ou senão: "Desiste! Foge! Esquece!"

E os fracos esquecem. Os tímidos desistem.

Fogem os covardes. Que importa?

A cada hora nascem outros namorados

para a novidade da antiga experiência.

E inauguram cada manhã (namoramor)

o velho, velho mundo renovado.