As melhores lições da dependência de Deus se aprende no deserto.
Na Bíblia, o deserto é um lugar literal de provação e passagem (como o do Êxodo). Figurativamente, o deserto simboliza momentos de solidão, dificuldade, tentação, esterilidade (prostração) que exige a reflexão e os ajustes que levam:
1) à intimidade com Deus;
2) à dependência Dele (Deus);
3) à renovação espiritual.
A experiência promove transformação, evidenciando Seus milagres e providências. É um espaço para ouvir a voz de Deus, vencer o orgulho e descobrir o essencial da fé, como visto nas experiências de Jesus, João Batista, Moisés e Elias, e do povo de Israel.
Moisés passou 40 anos no deserto, antes de seu confronto com o Faraó. Israel precisou de 40 anos no Deserto para tirar o Egito do coração. Elias, se refugiou no deserto, após fugir de Jezabel, e foi restaurado por Deus em um momento de desespero (1 Reis 19). Jacó, lutou com Deus no deserto (ou à beira do rio) após fugir de Esaú, resultando em sua transformação (Gênesis 32).
A Palavra de Deus veio a João, o batista, quando este pregava no deserto, se cumprindo a profecia em Isaías 40:3: "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus". João Batista era a voz que anunciava a vinda de Jesus Cristo e convocava as pessoas ao arrependimento e ao batismo para purificação (Mateus 3:3, Marcos 1:3, João 1:23).
Jesus passou 40 dias no deserto, jejuando antes de iniciar seu ministério público. Após o batismo o Espírito Santo levou Jesus ao deserto. E, Jesus Venceu o tentador no deserto, conforme descrito em Lucas 4:1-4.
Na primeira das três tentações, o tentador sugeriu que Jesus transformasse pedras em pão, ao que Jesus responde: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus" (Lucas 4:4). Desafiou Jesus a provar ser o Filho de Deus, lançando-se do pináculo do Templo. Jesus respondeu: "Não porás à prova o Senhor, teu Deus". Ofereceu os reinos do mundo em troca de adoração e Jesus respondeu: "Adora o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto".
Esse período no deserto é frequentemente interpretado como um tempo de preparação, provação e triunfo sobre a tentação, demonstrando a dependência de Jesus em relação a Deus e a força para resistir ao mal antes de começar Sua obra de pregação sobre o Reino de Deus, libertação, cura...
O Deserto é onde é possível afastar-se do barulho do mundo para falar com Deus, para ouvir a voz de Deus. A dependência é aprendida no deserto, pois é onde tudo ensina que não se é autossuficiente, mas que Deus supre todas as necessidades (água, alimento, abrigo).
É onde o eu (ego), o orgulho, a vaidade, são quebrados, deixando de serem alimentados para focar no que é essencial: um relacionamento profundo e pessoal com Deus.
É onde Deus faz caminhos (Isaías 35:1-2, 41:18). A presença de Deus opera milagres; faz brotar água, fontes, mananciais; faz cair o maná do céu; transforma a terra seca e árida em fértil e florida; transforma histórias, mudando destinos, restaurando e fortalecendo a fé.
