Quem de nós não ouviu, e, por diversas, vezes: "Você é Criança, não é o Adulto". Em meus quase 12 anos de criança, mais uns 7 anos que fui adolescente, menos 2 deles que foi quando ingressei no mundo adulto sem ter sido jovem. E, depois de passar dos meus 29 anos de jovem adulto, sendo mãe de 03 filhos antes dos 22 anos, somando pouco mais de 10 anos quando me tornei avó aos 40 anos; foi quando observei que anos atrás eu havia anotado em uma agenda antiga que a frase correta era: "Você é o adulto, não é a Criança!"
E, desabafei no papel. Depois de muitos anos transcrevi o texto para o Blog; e, a data desta análise de "Experiências da Infância", ficou entre 2000' a 2020. Algo assim. A trilha sonora à cargo da 1ª canção "Família", com a Aline Barros (álbum Faithful Men, lançado em 2012). A 2ª música me lembra a infância na casa que morei em Rondônia, quando ouvia no "toca-discos" a canção "Os Filhos são Bençãos", com o Armando Filho (álbum Fora Violência, lançado em 1992). A 3ª música (tive que pedir a terceira música porque a postagem "ficou muito grande") a canção é a versão "A Benção" ("The Blessing"), com Gabriel Guedes feat Julia Vitória, gravado ao vivo em 2020.
Legalmente, no Brasil, a maioridade e o início da vida adulta começam aos 18 anos (eu casei com quase 18 anos). É nesta fase que a pessoa se torna responsável por seus atos. Contudo, cientificamente e socialmente, a fase de jovem adulto se estende até os 24 ou 29 anos, com o cérebro terminando seu desenvolvimento por volta dos 25, e a maturidade plena (definição social) podendo ir até os 30 anos, dependendo do contexto cultural e das responsabilidades assumidas.
Antes de toda esta ciência da matemática social aplicada aos 18+, a pessoa é um adolescente jovem 😁😂😃, porém antes de completar os 12 anos não é jovem, nem adolescente, tão pouco um adulto, é apenas uma criança.
As necessidades básicas do ser humano em qualquer idade é amor, compreensão, aceitação, cuidados. Ao adulto exige-se que no trato com idosos, outros adultos, com os jovens, com os adolescentes, com as crianças, aja com cortesia: seja amável, gentil, educado, respeitoso.
Quem foi criança sabe o quanto antes do 12 anos a pessoa é carente de amor, compreensão, aceitação, cuidados. Ainda que tenha essas necessidades supridas, a criança sempre está em busca de um pouco mais de "provas", que confirmem e reafirmem a exaustão o quanto é amada, importante, admirada, insubstituível...
Os filhos ouvem mais a entonação na voz do adulto que suas palavras, propriamente ditas. Então, na instrução de ordem e disciplina evite o excesso de censura e de proteção, quando o objetivo seja é evitar que a criança seja egocêntrica, insegura, medrosa.
A censura excessiva no ambiente familiar é sempre desnecessária. A criança, frequentemente, censurada se sente ridicularizada, desanimada, atormentada. Sendo o elo mais fraco e inocente neste tipo de "jogo de azar" a criança é outras vezes, "censurada" e o sentimento derrotista a faz ter medo de novo fracasso Pouco a pouco "perde" a iniciativa, para qualquer atividade doméstica, educacional, religiosa, esportiva, mesmo recreativa.
A criança em silêncio, se isola. Assim permanece dentro do quarto ou em outro cômodo da casa, na frente da TV, se entretendo com a programação de filmes, desenhos, jogos ou 'sai pra rua' quase o dia todo, o máximo de tempo que for possível, no intuito de evitar situações em que passe novamente pelo adulto e seja, novamente, avaliada, julgada, criticada, ridicularizada antes mesmo que consiga abrir a boca para pronunciar qualquer palavra.
Alguns adultos, tentam "a qualquer preço" dominar excessivamente a vida de seus familiares e os filhos quando crianças e adolescentes são os alvos mais fáceis. Este tipo, frequentemente, sente necessidade em "descontar suas frustrações de inferioridade" em alguém e escolhe "medir forças" logo com a criança certo que assim o "jogo tá ganho", se satisfaz ainda mais se a criança ou adolescente reage, o adulto grita, ameaça, bate, castiga, estraga o dia de todos... mas, acredita que assim provou sua teoria de "quem é que manda".
Como se não fosse intolerável o bastante, esse tipo de adulto se aferra criticamente a qualquer coisa que a criança (adolescente) faça ou deixe de fazer. Tudo é uma falha da criança, que segundo o adulto, nada faz de certo. Geralmente, a pessoa nada ensina, mas exige que a criança seja um perfeito esportista, inteligente, educado... Nem bom exemplo é, mas exige a perfeição da criança e do adolescente.
A conduta doentia de alguns adultos, no mínimo sem o senso de ridículo, traz prejuízos que não se pode mensurar ao seu ambiente social e familiar. Toda sua família é penalizada por sua má conduta. A criança sem ter como se defender só lhe resta a mágoa, raiva, tristeza profunda, insegurança, medo.
E, neste ponto não é possível saber quem consegue sobreviver - "apesar de". Não são os experientes idosos, nem outros adultos 'do mesmo tamanho', nem os fortes e resistentes jovens e adolescentes ou mesmo as inocentes crianças, porque todos daquele ambiente familiar são gravemente feridos pelo adulto que é amabilidade em pessoa "fora de casa", mas dentro de casa age com ira, como se outra pessoa fosse.
Do grupo familiar tem os abatido que não se recuperam "por inteiro", porque as cicatrizes físicas e emocionais que os fazem sempre lembrar, ainda que sem querer. Tem agravantes. Muitos dos atingidos por conduta violenta, agressiva, controladora, desrespeitosa reproduzem igual comportamento, dentro e fora de casa, seja durante o ataque ou mesmo depois. E, tragicamente, tem os que levam essa conduta reprovável para onde forem, como bagagem, como parte de uma herança.
De vítima torna-se agressor, sem nem se dar o tempo de pensar ou raciocinar, o quanto tal conduta doentia não é aceitável, não está autorizada, é antissocial. Outras condutas são crimes e mesmo assim se tornam usual naquela casa, comum aquela pessoa, mesmo após reiterada punição.
É, exatamente na infância que a pessoa espera receber aceitação, acolhimento e disciplina na segurança do lar, do amor paternal, do amor maternal. É dentro de casa que se espera vivenciar uma atmosfera de conforto, proteção, carinho familiar.
Os pais são o exemplo que os filhos vão espelhar. Não se pode deixar de ver o reflexo dos pais na conduta dos filhos. Também são os pais responsáveis por iniciar a instrução de bons modos, de ética, moral, espiritual, social, escolar, profissional aos filhos.
Embora nem todas as crianças enfrente dissabores no ambiente familiar, outras infelizmente sim. É de chorar, por vezes até risíveis, alguns comandos que são impostos a algumas crianças, que no intuito de esclarecer a sensação destas crianças aos adultos, sito a seguinte anedota: "uma mulher está tranquilamente fritando um ovo, e o marido começa a gritar instruções: "Cuidado! Abaixa o fogo! Joga mais óleo! Vira agora! Cuidado pra não grudar!". A mulher, estressada, pergunta se ele acha que ela não sabe fritar um ovo. Ele responde: "Eu sei que tu sabes, mas eu só queria te dar uma demonstração de como é quando eu estou dirigindo com você do meu lado".
Geralmente são os pais que fazem o mesmo com suas crianças, e o fazem rispidamente, em voz alta. Dão uma ordem atras da outra, sem dar nem tempo a criança "se mexer, ou "respirar". Um verdadeiro atentado a segurança e a ordem pública da INFÂNCIA. Na verdade, um suplicio!
E, não se tem muito o que fazer sem que fique ainda pior a criança, da vez. Resta "não dar palco pra maluco" na esperança que aquilo logo acabe. Contudo tente se colocar no lugar da criança que tem todas as suas ações, pausas e falas - desde a hora que acorda até a hora que volta a dormir - sob comandos e instruções de pais, avós, tios, assemelhados, agregados... Suspire e agradeça a Deus por você não ser mais a criança. Caso o fosse, seu dia a dia seria assim:
"Acorda!", "levanta e escova dentes!", "Tome banho, troque de roupas!", "Penteie o cabelo", "Senta!" Abaixa as pernas", "tire o pé do sofá! sente direito", "Se arrume pra ir a escola", "Fique quieto!", "Se você não obedecer vai ver só!, "Você quer apanhar?", "Sai do sofá", "Vai brincar", "Depois, não diga que eu não avisei!", "Chega de brincar", "Não ande correndo", "Não precisa andar igual uma lesma", "Você vai cair!, "Não mexa aí!", "perdeu alguma coisa aí?", "Tá sujando tudo que eu limpei", "O que está olhando na geladeira", "Espera que eu pego o que você quer", "Pegue você mesmo, você já é grande", "não é pra pegar nada, não é hora de comer", "Não coma nada, espere o almoço!" "Não acredito que você vai comer de novo", "Come tudo, não desperdice, não é pra deixar nada no prato", "Mastigue com a boca fechada", "Engole logo!", "Mastigue antes de engolir", "Não fale com a boca cheia", "Pode sair da mesa", "Sente aí, só sai da mesa quando eu deixar (mandar)", "Troque de roupas", "Coloque o chinelos", "Amarre este tênis", "Escove os dentes", "Tome banho, troque de roupas e vai dormir", "É pra dormir, estou escutando você daqui!", "Vou aí te fazer dormir, já já, e você vai ver o que é bom", "Quer apanhar?" [...]
Já passei por coisa semelhante e foi horrível. Já fiz algo muito parecido. E, que Deus me perdoe e tenha misericórdia, permitindo que o que fiz depois que deixei de ser assim, tenha conseguido superar todo mal que causei aos meus filhos em nome da falta de tempo, falta de paciência... Na verdade errei por não saber agir como uma mãe. A vida foi me ensinando ser mãe de crianças e de adolescentes. E, ainda ensina. Sou tia. Agora sou vó, não posso fazer isso com a vida delas. As crianças precisam de amor, compreensão, aceitação, cuidados. Meus filhos e os filhos dos meus filhos são bençãos de Deus na minha vida.
Hoje quando presencio adultos "bombardeando" as crianças penso, não é possível que essa pessoa se tornou pai e mãe pra "criar" os filhos assim. Os avós fazendo isso com os netos. Os tios fazendo isso com os sobrinhos. Ocorre que caso questionados (enfrentados), usam a desculpa do cansaço, da falta de tempo, da "malcriação" das crianças...
Não ter tempo é diferente de não saber, falar, educar, instruir, cuidar de uma criança. Não posso acreditar que um adulto não saiba educar uma criança com carinho. Que não saiba falar com uma criança como se deve, com educação, com atenção as limitações da própria idade e reações de entendimento, compreensão, aceitação ou recusa.
Fale, repita, explique com o cuidado, carinho, educação, ordem, disciplina que a situação exija. Não é apenas uma criança, trata-se da pessoa mais importante de sua vida.
O contrário, não é vida pra ninguém! Imagine como a criança se sente sabendo que assim será, no mínimo, pelos seus próximos dez anos ou mais. É de chorar. A criança não vê escapatória. Game over! Dorme. Acorda e enfrenta o jogo do novo dia. Pode ser que tudo se repita. Perde. Ganha. Muda de fase. Vai que um dia o adulto acorde com disposição em tentar ser o melhor adulto que o mundo conheceu. Sendo um adulto melhor dentro de casa, a família agradece. As crianças, então!
É preciso melhorar. Afinal, você é o adulto, não é a criança.
Na linha do "Eu queria ter um filho assim!", os filhos também dizem: "Eu queria ter um pai assim!". "Eu queria ter uma mãe assim!", queria ter irmãos assim, queria ter tios assim, queria ter avós assim...
Lembre-se a família é um projeto fundamental de Deus. Um alicerce para a sociedade. Um reflexo do amor divino, instituída desde Gênesis. O lar é o local de amor, comunhão e formação de caráter. Onde se transmite a fé de geração em geração. É onde se ensina sobre o amor sacrificial de Jesus Cristo. Onde se aprende buscar o direcionamento de Deus para superar dificuldades. Onde se adora, louva e agradece a Deus pelas bençãos recebidas.
A Bíblia, em Gênesis 2:24, estabelece a união entre homem e mulher como base da família, um plano inicial de Deus para a humanidade. A família é considerada a célula fundamental da sociedade e da humanidade; sua destruição leva à desestruturação social.
No livro de Salmo 127:3 diz: "Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre, o seu galardão". Os filhos são um presente de Deus, uma recompensa, um tesouro, uma responsabilidade sagrada que representa herança de Deus aos pais, uma esperança de continuidade da família.
Educar os filhos segundo a Bíblia é um compromisso dos pais que deve ter como base a instrução espiritual, o exemplo prático e a disciplina justa e com amor. O versículo central é Provérbios 22:6: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele".
Os pais devem ensinar a Palavra de Deus com persistência. A educação bíblica não é apenas falar, mas viver. Pais devem refletir o caráter de Deus, pois são a primeira expressão de autoridade e amor para os filhos.
A Bíblia orienta que a correção é necessária, um ato de amor (Pv 13:24). No entanto, não se deve irritar os filhos: "Pais, não irriteis vossos filhos... mas criai-os na educação e doutrina do Senhor". A instrução bíblica para os filhos é honrar e obedecer aos pais, o que traz a promessa de vida longa e próspera (Ef 6:1-3).
Os Salmos 127:3 - Lembra aos pais que os filhos são uma herança e recompensa do Senhor. Deuteronômio 6:6-7, instrui falar das leis de Deus em todos os momentos do dia (ao sentar, andar, deitar e levantar). e, Provérbios 1:8 - exorta o filho a ouvir a instrução do pai e não abandonar o ensino da mãe.
Cultivar um tempo devocional em família (leitura bíblica, louvor, oração) ajuda a criança a entender quem é Deus e quais os seus propósitos para a sua vida. É missão dos pais, guiar os filhos na retidão, impor limites saudáveis, amar, educar, instruir, cuidar provendo segurança física e emocional.


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